A conjuntura brasileira e latino-americana em um contexto de crise

[ Orgs ]

O presente livro apresenta os trabalhos debatidos nas mesas redondas e de comunicações do XVI do Fórum de Conjuntura, que abordou os impactos da crise estrutural do capitalismo, especialmente no Brasil, e as alternativas políticas e sociais para o enfrentamento da crise. Trata-se de tema de grande importância na atual conjuntura particularmente em que se verifica um avanço das forças de direita no mundo. Em linhas gerais, o capital, embora abalado pela crise, busca responder os graves problemas de valorização que enfrenta, sobretudo devido a existência de uma massa enorme de capital fictício, por meio da intensificação da exploração do trabalho. Isto significa aprofundar a precarização das condições de trabalho, reduzir os salários e as aposentadorias, reduzir os gastos com programas sociais (educação, saúde, moradia, saneamento etc.), concentrar ainda mais a renda e cortar os direitos sociais e trabalhistas. Apesar da resistência das classes populares, que até o momento não têm logrado sucesso em sua luta, esta saída tem sido implementada em toda parte sob a égide do neoliberalismo. Seja na Europa, onde a Grécia é um caso exemplar, seja na América Latina. O exemplo brasileiro é lapidar. Um golpe institucional derrubou um governo legitimamente eleito e tem procurado implementar reformas de caráter conservador na direção da retirada de direitos sociais e trabalhistas em nome da estabilidade fiscal, que nada mais é do que garantir as condições de valorização do capital rentista e de rentabilidade e competitividade do capital. O golpe foi desfechado contra os direitos civis e sociais de grande parte do povo brasileiro e mais uma vez, como em tantas vezes no passado, o ônus da crise tem sido jogado nas contas dos trabalhadores.

Neste contexto o Fórum de Conjuntura dedicou-se à discussão crítica do Governo Dilma e as políticas implementadas após a sua queda.  O golpe representa, na realidade, uma rearticulação das diferentes frações das classes dominantes em torno da política de austeridade e da reinserção do Brasil na economia mundial, como exportador de commodities e como espaço privilegiado da especulação financeira, reafirmando a sua condição de dependência e subordinação.

Estas questões tratadas acima foram debatidas do XVI Fórum de Análise de Conjuntura, organizado pelo Grupo de Pesquisa Estudos da Globalização e ocorrido no mês de novembro de 2016 na Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC) da Universidade Estadual Paulista (UNESP). Em termos mais gerais, os temas do desemprego, do meio ambiente, da desigualdade social, do acesso a serviços públicos universais e da disputa pelo fundo público, das estratégias de desenvolvimento e inserção na economia mundial, do grau de autonomia dos Estados nacionais de levar a cabo políticas econômicas voltadas para o atendimento das demandas sociais e o crescimento sustentado ante aos interesses financeiros dominantes, do esgarçamento das formas de vida, de fazer política e de organização econômica foram os pontos discutidos no Fórum de Conjuntura.

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