Formigas em ambientes urbanos no Brasil
[ Orgs ]
A urbanização é crescente em todo o mundo, não sendo diferente no Brasil. Em 2017 a população urbana no país ultrapassa os 80%, sendo que em algumas regiões este número é maior que 90%. Algumas espécies de animais associam-se ao ambiente humano, suas casas, jardins, praças, fábricas, entre outros. As formigas estão entre os três grupos de artrópodes mais comuns, juntamente com as baratas e cupins.
Até então, as informações sobre formigas em ambientes urbanos no Brasil encontravam-se dispersas em artigos científicos e técnico-científicos, boletins técnicos, informativos, especialmente da região sudeste.
Desta forma, com a intenção de reunir o conhecimento acumulado neste assunto e sabendo sobre a importância ecológica, econômica e na saúde pública das formigas, os especialistas das mais diferentes áreas do conhecimento colaboraram com esta obra.
Como resultado, são apresentados 27 capítulos com a colaboração de 60 autores, sendo seis deles do México, que possuem interface com pesquisadores brasileiros.
O material reunido, rico em informações, versa sobre a necessidade do conhecimento da biologia das diferentes espécies para um manejo adequado, sobre a falta de padronização de técnicas de coleta, sobre as coleções que estão dispersas em diferentes instituições, com a maioria dos exemplares em nível de morfoespécie, sobre a questão das espécies invasoras e sobre a distribuição das espécies nas diferentes regiões do país e as lacunas de conhecimento existentes. O livro culmina com a discussão de novas perspectivas de estudos na área, dentre elas o estudo de redes complexas de interações ecológicas, comportamento e de biologia da conservação. Sob uma ótica diferente, mas não menos importante, traz também informações sobre o uso das formigas na educação, na cultura e entretenimento.
Espera-se que esta obra amplie o conhecimento para diferentes estudiosos das formigas, desde iniciantes, pesquisadores especialistas, até os profissionais que atuam no controle destes insetos. Neste último caso, especialmente, que conheçam as espécies pragas que efetivamente exigem manejo, sem a promoção da fragmentação e dispersão de colônias, preservando as espécies nativas e que exercem papel fundamental para o equilíbrio no ecossistema urbano.